palatável melodia

Teu nome é a fruta na boca
é a textura
é o sabor
é doce
melodia
e amargura na dureza.
Não adianta dizer que és amargura
semanal, mensal, anual, eternal
quando tudo conspira a favor do prevalescente
gosteu, pêssego.
ah!

(:

. crisol . diz:
ontem lembrei de quando vc era plutão
lupino leporino diz:
puxa
lupino leporino diz:
faz tempo
lupino leporino diz:
como eu era quando fui plutão?
. crisol . diz:
faz tempoo mesmo
. crisol . diz:
vc era distante
lupino leporino diz:
geralmente eu sou distante, nao?
. crisol . diz:
não
vc agora está mais para marte ou vênus
. crisol . diz:
sem querer (ou por força gravitacional), sua órbita mudou
lupino leporino diz:
é sua atmosfera.

já estou farta de semideuses

Primeiramente, quero pedir perdão pela minha imperfeição. Mas olhem só! as palavras parecem querer dar um tom de brincadeira a esse texto ao permitir essa rima pobre! Ah queridas palavras, creio que tal feito será vão. Hoje quem rege as minhas mãos é a Razão e ela não quer tolisses aqui (ou fraquezas, como queira chamar). Tudo isso é amargo demais pra vocês! Desistam. Há quem diga que errar é humano. Hoje então me sinto a mais humana criatura diante desse dito. Errei ao amar, errei ao acreditar, errei ao insistir, errei ao depositar esperanças, errei ao confiar, errei ao querer ser amiga do mundo, ele às vezes não é recíproco. Eu simpesmente errei. Mas a sua perfeição diante da minha pífia existência fez-me acreditar que o meu erro era o maior de todos, a ponto de achar que te ter por perto não fosse digno de mim.
Ora, ora senhor da Razão (não da minha!), quem és tu? Não te vejo mais. Meus olhos cegam agora quando passas. Teu brilho os ofusca. Pena que eles não padeçam por isso como outrora, a pupila já está permanentemente dilatada e inerte a sua presença. Deixei que se sentisse todo certo de si, não queria magoá-lo, afinal tal coisa poderia ser devastadora e eu não queria ser responsável por mais isso. Me custou caro, como tem me custado. Mas faço isso a meu favor e só. Não me agrada mais pensar em ti e nem no que pensas de mim. Me levou a exaustão e agora quero me poupar. Não se importa comigo, por que devo eu me gastar? Creio que os tempos são outros e as tintas externas estão saindo; as internas passam por reformas. Quem passa por mim sempre deixa um pouco de si e me transforma de alguma forma. É isso que você foi. Mas eu também deixei um pouco de mim em ti. Inevitável e transformador também. Sua total indiferença me fez bem, acredite nisso. Eu sou mais do que você imagina. Você é ordinário, como um outro qulquer. Que fim.

(agradecimentos póstumos a Èxupere, Álvaro e Machado)

ahh *=

. maria humana . ('.') diz:
por que eu também não posso me dar ao luxo de ficar triste ?
unidade diz:
porque vc rima com coisas positivas.
. maria humana . ('.') diz:
hahaha
rimo ?
unidade diz:
sim. se todas as coisas fossem palavras, quando o bem-estar se juntasse com vc, sairia um versinho
. maria humana . ('.') diz:
ownnn
(=

Vejo tantos vaga-lumes pelo caminho
Que eles me deixaram tonta.
Hoje eu confundi uma estrela com um vaga-lume
Mas como poderia eu confundir? Isso é imperdoável!
Talvez porque eu tenha olhado repentinamente pro céu
E tinha visto uma estrela piscar e ao mesmo tempo dar rodopios.
Olha! Os vaga-lumes não possuem mais uma luz verde!Elas são laranjas agora!
Não. não pode ser!
Na verdade são reflexos das luzes da cidade na minha janela.
Mas bem que poderiam existir vaga-lumes de várias cores!
Seria uma constelação tão bonita.

São quatro letras
vamos, eu te ensino a escrever

não é tão difícil

vai, segura na minha mão

eu te levo

confie em mim.

Se deixasse eu pegar em sua mão

e deixasse eu ensinar-te a escrever a pequena palavra repetidamente,

terias um sorriso estampado no rosto teu e meu

tão teu e tão meu que seria um só.

8

queria tanto destilar em alguém minha tristeza
encher suas veias e tomar todo seu corpo desse veneno
levar comigo você que nada tem a ver com essa secreção tóxica que eu destilo nesse momento
mas alguém tem que ser a vítima e eu, como pessoa egoísta e dilacerada por dentro, preciso espalhar esse mal que está me sufocando, apertando cada músculo cardíaco e enlaçando definitivamente e sem volta minha garganta, num só nó.